'Necessários', 'cruéis'
ou as duas coisas, os testes em animais ainda soam como um tabu na área da
beleza; e o público interessado fica sem informação
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Em simulação realista feita na vitrine de uma loja, em Londres, a ativista Jacqueline Traide se submete a testes realizados em bichos pela indústria |
Assista também ao vídeo:
ANDREA VIALLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A pressão de consumidores pelo fim dos testes em
animais na indústria de cosméticos tem levado alguns países a reformularem a
legislação do tema. Na União Europeia, a meta é acabar com esses testes até
2013. No Brasil, já se começa a estudar as alternativas às cobaias, mas
discutir o tema parece tabu.
Embora muitas empresas respondam que não usam
bichos em estudos de novos produtos, falta transparência. São raras as
embalagens que trazem a informação.
No mundo, os testes estão na berlinda por serem
considerados cruéis. Todos os anos, cerca de 100 milhões de bichos são
empregados em pesquisas científicas só nos EUA, segundo estimativa da Peta, ONG
de proteção animal famosa pelas suas campanhas com celebridades.
Coelhos, hamsters e camundongos são usados em
laboratórios para verificar se componentes de cosméticos podem causar irritação
ou alergia em humanos. Em geral, essas avaliações são feitas com novos
ingredientes. Para testar se um novo xampu pode irritar os olhos, por exemplo,
substâncias são pingadas diretamente, por dias, em córneas de coelhos.
NA VITRINE
Para chamar a atenção sobre o tema, uma ativista
britânica se submeteu a um protesto que chocou Londres, em abril. Jacqueline
Traide, 24, passou dez horas exposta na vitrine de uma loja de cosméticos sendo
submetida a todo tipo de "tortura": imobilizada, teve o cabelo
raspado, recebeu injeções, foi forçada a engolir substâncias e produtos foram
aplicados em seus olhos como se ela fosse uma cobaia.
O objetivo do ato foi simular alguns dos
procedimentos mais comuns que acontecem na indústria da beleza.
Mas já há alternativas para a maior parte dos
testes feitos hoje em seres vivos.
Algumas dessas tecnologias in vitro ainda
precisam ser validadas (ter eficácia científica comprovada) no Brasil. Os
métodos alternativos também são mais caros, o que demanda maior investimento
das empresas.
Fora do Brasil, o caminho do consumidor
interessado em escolher marcas de cosméticos que não usam cobaias é mais
rápido. Muitos fabricantes informam sobre isso nos rótulos. Há selos de
certificação, como o "Cruelty Free" (veja à pág. 7), concedido pela
Peta após pesquisas. Além disso, a ONG também divulga listas, atualizadas
semana a semana, com os nomes das empresas que testam e das que não testam em
animais. A relação está disponível em www.peta.org.
Por aqui, a veterinária Gabriela Toledo criou o
Pea (Projeto Esperança Animal). A ONG também apresenta uma lista em seu site (www.pea.org.br) das empresas que não realizam testes em
animais no Brasil. Para constar na lista, basta o fabricante fazer uma declaração
atestando que não realiza o procedimento.
"No começo, íamos atrás das empresas
questionando sua política de testes. Muitas nos ignoravam ou enviavam respostas
evasivas. Hoje, são elas que nos procuram", diz Toledo. A lista brasileira
tem 97 empresas.
A saída é a rotulagem
obrigatória, na opinião da veterinária. "Saber se determinado produto foi
testado ou não em animais é direito do consumidor, mas é negligenciado."
Até marcas que afirmam
ter banido esses testes, como Unilever, P&G e Natura, não colocam essa
informação nas embalagens.
"Faz parte da conduta da empresa não fazer
propaganda sobre esses benefícios nos rótulos", afirma Elisabete
Vicentini, gerente de segurança do consumidor da Natura. A companhia aboliu os
estudos em cobaias em 2006. A Abiphec, entidade que reúne fabricantes de
cosméticos e produtos de uso pessoal, ressalta que "a informação não é
obrigatória e vai da decisão da empresa".
Um projeto de lei sobre bem-estar animal que
prevê, entre outros pontos, a obrigatoriedade de informar sobre testes em
bichos nas embalagens dos cosméticos, está parado na Câmara há cinco anos.
"As coisas mudaram, há mais consciência sobre essa questão. Não dá mais
para ficarmos sem legislação sobre o assunto", acredita o deputado federal
Ricardo Trípoli (PSDB-SP), autor da proposta.
Fonte: Folha de São
Paulo < http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/53614-cobaias-de-cosmeticos.shtml >
Conheça as empresas
Dentre as empresas
brasileiras consideradas “amigas dos animais”, estão a Àgua de Cheiro, Contém 1
g, Embellezze e O Boticário.
O PETA (People for the Ethical Treatment of Animal), uma das organizações mais
importantes pró-animais, também possui listas semelhantes com empresas
internacionais.
No link abaixo possui a
lista de empresas internacionais que realizam testes em animais.
No link abaixo possui a
lista de empresas internacionais que não realizam testes em animais.
Fonte: PETA
internacional <http://www.peta.org/living/beauty-and-personal-care/companies/default.aspx> e Portal Virgula.
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