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Desde 2007 a Avon faz uma
corrida promovida apenas para os funcionários, ninguém na empresa ousou
questionar o favoritismo de uma operária da linha de produção. Além de ter
vencido a etapa de 1996, ela havia melhorado o seu tempo durante os
treinamentos - aos 27 anos, no auge da forma física, prometia
"passear" nos três quilômetros de prova. A favorita só não contava
com a determinação de uma novata na empresa, também da linha de produção, quase
vinte anos mais velha do que ela, que, além de vencer a corrida, terminou três
minutos na sua frente.
Era o segundo desafio vencido
por Laurita Maria Soares Clemente em tão pouco tempo. O primeiro foi provar
que, quase cinquentona e sem nunca ter tido um emprego na vida, ainda podia ser
útil ao mercado de trabalho. Em um país em que até jovens universitários têm
dificuldade em conseguir o primeiro emprego, o destino de Laurita, 46 anos na
ocasião, estava traçado: viver como dona de casa até o fim da vida, sustentada
pelo marido.
A virada aconteceu graças à
política de diversidade da Avon, que abre espaço para as chamadas minorias - e
Laurita se encaixa nessa categoria pela idade e falta de experiência
profissional. "Apostar na diversidade não apenas melhora a imagem da
empresa como tem reflexos diretos na produtividade. Um grupo de trabalho que
convive com as diferenças terá mais facilidade na hora de resolver conflitos
internos e externos, não perderá tempo com questões menores", afirma
Reinaldo Bulgarelli, sócio-diretor da Txai Consultoria.
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